No Dia Mundial da Saúde, a FeSaúde te convida a conhecer a história e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população brasileira. O SUS teve seu início em 1988. Entretanto, a luta por um modelo de atendimento e serviço gratuito para toda população começou ainda nos anos 1970. Essa reivindicação teve a participação de diversos profissionais da saúde que se engajaram no movimento sanitarista com o objetivo de, através de um sistema público, alcançar uma melhoria nas condições de saúde da população.
Antes dessa reivindicação, o acesso à saúde era extremamente limitado e diversas doenças causavam muitas mortes precoces. Atualmente, o acesso à saúde é um direito universal e gratuito no território brasileiro.
Com mais de 30 anos de existência, o SUS conquistou muitos avanços para a saúde da população brasileira e oferece uma série de serviços que são reconhecidos internacionalmente por sua extensão e complexidade.
Por que ter um sistema de saúde público é tão importante?
O SUS é um dos grandes marcos e conquistas de direitos garantidos, para toda a população brasileira. Isso porque, a partir da implementação desse sistema público, todos os brasileiros passaram a ter direito à saúde universal e gratuita, garantido na Constituição do Brasil.
Esse sistema tem um caráter essencial já que fornece diversos instrumentos e meios de assistência à saúde e qualidade de vida à toda a população. Mesmo nos lugares mais remotos e afastados, onde as instituições privadas não têm nenhum interesse em atender, o SUS pode oferecer seus serviços de amparo e cuidado para essas comunidades, bem como serviços mais amplos como de vigilância e pesquisa.
Convivendo diariamente com essa realidade, Brena Tostes, gerente do núcleo estratégico e de apoio técnico da FeSaúde, enfermeira especialista em saúde da família e gestão de saúde e mestre em gestão da qualidade em serviços de saúde, evidencia a importância desse sistema para a população:
“O SUS representa uma conquista da sociedade brasileira porque promove a justiça social, com atendimento a todos os indivíduos. Além disso, é o maior sistema público de saúde do mundo, atendendo a cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente desse sistema para tratar a saúde”.
No Brasil, o SUS tem como porta de entrada preferencial a Atenção Primária à Saúde (APS), que busca solucionar os problemas de saúde enquanto ainda não são tão graves. Assim, além de gerar uma economia com tratamentos intensivos, evita sequelas e incapacitação a longo prazo.
“Há um consenso de que países com sistemas nacionais de saúde, a exemplo o Brasil, Inglaterra, Canadá e Cuba, devem ter como base e porta de entrada uma Atenção Primária à Saúde (APS) forte e resolutiva, de modo a se tornarem mais satisfatórios para a população e gerarem menores custos”, destaca Brena Tostes.
Em países como os Estados Unidos, no qual não existe um sistema público, a população necessita recorrer ao sistema privado para conseguir atendimento. O problema disso são os preços muito altos, segregando e impedindo que grande parte da população tenha acesso aos cuidados em saúde.
De acordo com Brena, a APS é uma das questões que garante o atendimento mais abrangente em qualquer situação, inclusive no atual contexto do coronavírus.
“No caso do Brasil, onde há grande desigualdade social, a capilaridade da APS, ou seja, sua capacidade de chegar perto de onde as pessoas vivem, é essencial. Temos mais de 40 mil unidades básicas de saúde espalhadas em todo o território nacional, inclusive nos lugares mais remotos do país”.
Por que podemos dizer que todo brasileiro usa o SUS?
O SUS oferece cobertura de diversos serviços. Todo cidadão utiliza o SUS, mesmo que possua plano de saúde, como explicita Brena Tostes:
“Muitos brasileiros com acesso ao sistema de saúde privado não se importam com o SUS porque acreditam que não são usuários, o que é um grande equívoco. Diversas doenças precisam ser tratadas no campo do que chamamos de “saúde coletiva”, coisa que nenhum plano de saúde seria capaz de fazer.”
Alguns exemplos são os surtos de Zika, Chikungunya e Dengue, ligados ao Aedes aegypti, em que o sistema público atua fazendo a vigilância residencial e pública.