O dia 26 de abril é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão arterial. De acordo com dados recentes do projeto Global Burden of Diseases, as Doenças Cardiovasculares (DCV) no Brasil causam cerca de 162,2 mortes por 100 mil habitantes, com uma taxa de prevalência padronizada de aproximadamente 7 mil casos para cada 100 mil habitantes.

Popularmente conhecida como “pressão alta”, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é o tipo de DCV mais frequente na população brasileira, sendo uma das principais comorbidades que impactam o número de óbitos por doenças cardiovasculares.

É fundamental o cuidado a partir da atenção básica de saúde. Em Niterói, as unidades do Programa Médico de Família (PMF) são geridas pela Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde) e o manejo da hipertensão é uma das responsabilidades da equipe técnica. O ponto de partida é com uma abordagem humanizada.

A médica Fernanda Brito Prado, cardiologista que atua no Módulo de Médico de Família do Bernardino, no Fonseca, destaca a relevância desse atendimento para a população niteroiense:

“A HAS é altamente prevalente em nossas comunidades e, além de aumentar o risco de mortes por doenças cardiovasculares, ela também impacta diretamente e diariamente na vida dos nossos pacientes. Isso constitui um problema de saúde pública, presente principalmente na atenção básica, tendo como maior aliado às medidas preventivas, bem como o diagnóstico precoce, o controle e tratamento adequados”.

Para alcançar esses objetivos, Fernanda Brito destaca algumas medidas essenciais que têm sido adotadas pela rede do PMF:

     Capacitação de toda equipe;

     Garantia do acesso a medicamentos;

     Ampliação do acesso dos usuários às consultas;

     Avaliação multidisciplinar, medidas socioeducativas;

     Aferições da pressão arterial em todas as abordagens;

     Controle dos outros fatores de risco e/ou comorbidades.

A médica destaca que, mais do que garantir esses direitos e implementar essas políticas, é essencial humanizar a abordagem, valorizar o tratamento não medicamentoso e ter como meta o controle efetivo dos níveis de pressão.

Entre as abordagens não medicamentosas, vale destacar alguns exemplos que fazem parte do Manual de Promoção da Saúde Cardiovascular, escrito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, que são:

     Sono saudável;

     Alimentação adequada;

     Cessação do tabagismo;

     Controle adequado do peso;

     Prática diária de exercício físico.

Além disso, o controle adequado do colesterol e da glicemia, principalmente para os diabéticos, também constituem importantes cuidados para melhora da qualidade de vida.

Em relação às ações específicas da FeSaúde em conjunto com as unidades do PMF, tem-se:

     Ações para conscientização e motivação dos pacientes;

     Ações na comunidade, com equipes multidisciplinares e parcerias para garantir o acesso à equipe e à atividade física;

     Fornecimento de cadernetas ou outro material personalizado contendo informações sobre o paciente, a doença (HAS) e seu tratamento;

     Estabelecimento de fluxogramas e estratificação populacional para abordagem de pacientes hipertensos segundo o risco, a demanda e o perfil do paciente;

     Garantia do acompanhamento e do controle dos níveis pressóricos, a partir de aferições regulares e consultas de enfermagem para abordagem da adesão ao tratamento.