O dia 12 de maio foi designado internacionalmente como Dia da Enfermagem. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área da saúde conta com um contingente de 3,5 milhões de profissionais, dentre eles cerca de 50% correspondem a profissionais da enfermagem (aproximadamente 1,7 milhão). No entanto, apesar de serem a grande massa trabalhadora nos estabelecimentos de saúde, esses profissionais ainda enfrentam diversas questões e dificuldades quanto à desvalorização da sua profissão.
De acordo com Brena Tostes, Gerente do Núcleo Estratégico de Apoio Técnico da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da FeSaúde, que também é enfermeira especialista em saúde da família e gestão de saúde e mestre em gestão da qualidade em serviços de saúde, no combate ao COVID-19 essa situação se mostrou ainda mais evidente.
Para a Gerente da FeSaúde, é preciso que a população entenda a atuação desses profissionais, bem como as dificuldades enfrentadas por eles para que haja uma maior valorização da importância desses trabalhadores da saúde.
Brena Tostes, Gerente do Núcleo Estratégico de Apoio Técnico da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da FeSaúde
O papel dos enfermeiros na atenção primária à saúde
A atenção primária no Brasil é uma das principais estratégias de promoção e prevenção à saúde. O papel do enfermeiro, nesse contexto, é ponto chave no bom funcionamento e na gestão dos diversos serviços, sendo uma figura de liderança dentro da equipe, como destaca Brena Tostes:
“No modelo de atenção primária brasileiro, onde a principal estratégia é a de saúde da família, os enfermeiros têm papel central e crucial na equipe, em especial na formação e no planejamento do trabalho de parte da equipe”.
Nesse modelo de gestão da saúde, a atuação multiprofissional é parte importante para o tratamento efetivo dos pacientes, sendo o enfermeiro um intermediador dessa abordagem, como destaca a gerente:
“Além do componente de formação da liderança, o enfermeiro também tem um componente multiprofissional muito forte, atuando como ponte e diálogo entre as diversas categorias de profissionais da saúde, tendo uma visão mais ampliada do cuidado do paciente”.
Na atenção primária, à saúde coletiva é a prioridade. Entretanto, desenvolver estratégias e intervenções nesse setor é algo muito complexo. Em algumas comunidades, onde o acesso é restrito, isso pode se tornar uma tarefa ainda mais difícil. Porém, a enfermagem tem um outro elemento de destaque, que é a sua formação.
“O enfermeiro na sua formação tem uma abordagem muito forte em saúde coletiva, sendo um profissional que tem um histórico de atuação e de base comunitária mais antigo e consolidada, trabalhando com prevenção e promoção da saúde, tanto nos centros urbanos quanto em comunidades mais distantes, como ribeirinhas e quilombolas.”, evidencia a gerente.
Atuação enfermagem no cuidado da saúde da população
Fonte: Freepik
O enfermeiro, muitas vezes, é conhecido como “profissional de leito”, que é aquele profissional que acompanha o paciente durante todo o tratamento, possibilitando uma visão mais ampliada do cuidado.
“Os profissionais que estão 24h com os pacientes são os enfermeiros. Os demais profissionais, que também são importantes, passam ao longo do dia em visitas, mas quem de fato acompanha o paciente durante todo o dia são os profissionais da enfermagem”, destaca Brena Tostes.
Além disso, durante a formação, o enfermeiro se torna capacitado para trabalhar nos mais diversos níveis de atenção em saúde, como afirma a Gerente do Núcleo Estratégico de Apoio Técnico da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da FeSaúde:
“O enfermeiro é extremamente capacitado para atender e trabalhar com questões desde os níveis mais simples até os níveis mais complexos do cuidado em saúde da população. A enfermagem representa a maioria dos profissionais da saúde. Contando com técnicos e enfermeiros graduados, esses trabalhadores são encontrados em todos os campos e níveis de organização do sistema de saúde, desde a atenção primária até uma unidade de tratamento intensivo”.
Importância dos profissionais de enfermagem na pandemia da Covid-19