As arboviroses, como a dengue, zika, febre amarela e chikungunya, são um grupo de doenças popularmente conhecidas no Brasil e que têm sido um dos focos para mobilizações e ações em prol da saúde nas últimas décadas.
Estima-se que, anualmente, essas doenças sejam responsáveis por mais de 2 milhões de casos. Devido a sua elevada incidência, elas têm uma grande importância epidemiológica no Brasil, caracterizando-se com uma epidemia presente em praticamente todo o território nacional.
O que são as arboviroses?
As arboviroses são um grupo de doenças causadas pelos “arbovírus”, que são microrganismos que podem ser transmitidos por artrópodes, por exemplo, os insetos. No Brasil, existem mais de 200 espécies de arbovírus, sendo que cerca de 36 são capazes de causar doenças em seres humanos.
Dentre esses, podemos destacar os vírus causadores da dengue, zika, febre amarela e chikungunya, que são transmitidos principalmente pelo mosquito Aedes aegypti.
Essas doenças têm caráter sazonal, ou seja, são mais incidentes em certos períodos do ano. Por se tratarem de vírus transmitidos por insetos, a época que há um aumento do número de casos coincide com a estação do ano que é mais favorável para a proliferação do mosquito: o verão!
Isso acontece porque, com as temperaturas mais elevadas e a presença de chuvas mais frequentes, esses artrópodes encontram ambientes adequados para o desenvolvimento e procriação dos mosquitos, o que facilita a transmissão do vírus e aumenta a chance de infectar um ser humano.
De forma geral, os sintomas e a apresentação clínica dos pacientes infectados pelos diferentes tipos de arbovírus é bastante característica. A enfermeira especialista em Saúde da Família e Gestão em Saúde Pública e coordenadora técnica de enfermagem da FeSaúde, Sabrina Costa, afirma que:
“Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas articulações. Se apresentar dois ou mais desses sintomas, em Niterói você pode procurar atendimento em uma das unidades do Programa Médico de Família, Unidades Básicas de Saúde ou Policlínicas Comunitárias de Saúde próximo da sua residência”.
Arbovirose no contexto da pandemia do Covid-19
Com a instalação da atual pandemia do Covid-19, a notificação de casos de arboviroses têm diminuído. Segundo dados do Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde em Junho de 2021, houve uma redução de 54,7% de casos registrados em comparação ao mesmo período no ano anterior.
Apesar de ser uma informação que, à primeira vista, pode ser positiva, é importante acender um alerta quanto ao tema, principalmente durante esse período em que a atenção da população global está direcionada ao novo coronavírus.
Isso porque, acredita-se que essa redução nos registros se deve à subnotificação de casos, e não necessariamente a uma diminuição da transmissão e infecção pelos vírus causadores da dengue, zika, febre amarela e chikungunya. Por isso, é necessário reforçar a importância do combate ao mosquito para a prevenção das arboviroses, mesmo durante a pandemia do Covid-19.
A melhor forma de prevenir é combater!
Imagem: Freepik
Por se tratarem de doenças transmissíveis por vetores, em especial o Aedes aegypti, a principal forma de prevenção das arboviroses é a partir do combate aos mosquitos transmissores
De acordo com Sabrina Costa, “combater o mosquito Aedes Aegypti é uma tarefa séria que deve ser realizada todos os dias. O mosquito se reproduz onde há água limpa parada. Por isso, é preciso eliminar todos os objetos que podem acumular água para evitar que o mosquito nasça”.
Algumas formas de evitar focos de proliferação do Aedes aegypti são:
Jogue o lixo no lixo. Acondicione em saco fechado e guarde em local coberto;
Limpe a caixa d’água regularmente e mantenha a tampa bem vedada;
Recipiente para armazenamento de água deve ser limpo e mantido bem fechado;
Coloque areia na borda dos pratos de plantas ou lave-os semanalmente com escova;
Troque a água dos vasos de plantas aquáticas e lave-os com escova, água e sabão uma vez por semana;
Mantenha bem tampados tonéis e barris d’água;
Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
Vire todas as garrafas com a boca para baixo, evitando que acumule água dentro delas;
Não deixe água acumulada sobre a laje.
Além disso, o uso de repelentes e telas nas janelas e portas podem ser estratégias para evitar a picada do mosquito e, consequentemente, a infecção pelos vírus da dengue, zika, febre amarela e chikungunya.
A enfermeira Sabrina Costa alerta que “devemos ficar atentos a todas as medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti. As doenças nunca deixaram de existir e por isso o cuidado é contínuo”.
A prevenção das arboviroses é um dever de todos nós, devendo ser mantida e priorizada sempre, principalmente nas épocas do ano mais favoráveis à proliferação do mosquito.