O diabetes é uma doença em que há aumento da glicose (açúcar) no sangue.

Quando nos alimentamos, a quantidade de glicose no sangue aumenta naturalmente. Essa glicose é transformada em energia para funcionamento do corpo, graças à ação da insulina.

A insulina é um hormônio produzido no organismo por um órgão chamado pâncreas.

O diabetes acontece quando o pâncreas produz pouca insulina ou quando existem problemas para o funcionamento dela. Se isso não for tratado, a quantidade de glicose no sangue começa a aumentar, atingindo níveis acima do normal. Essas altas taxas de açúcar no sangue levam a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.

A quantidade de glicose no sangue é chamada de glicemia. A glicemia considerada normal varia de 70 a 100 mg de glicose para cada 100 ml de sangue (70 a 100 mg/dl) em jejum.

Há diferentes tipos de diabetes. O tipo 2 é o mais comum, correspondendo a 95% dos casos no mundo. No diabetes tipo 2, o pâncreas até produz insulina, mas há incapacidade de absorção da insulina pelas células.

O diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento do diabetes podem ser feitos pelas equipes do Programa Médico de Família (PMF) e outras equipes de Atenção Primária à Saúde (APS), com consultas periódicas com médico, enfermeiro e dentista. Nos casos em que há necessidade de reabilitação, é possível contar com os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), como nutricionista, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.

O SUS fornece aos pacientes diagnosticados com diabetes medicamentos (comprimidos e insulina injetável) e insumos para o controle da glicemia (glicosímetro e fitas). Eles podem ser retirados nos módulos do Programa Médico de Família e nas policlínicas regionais. Alguns desses medicamentos também estão disponíveis nas farmácias conveniadas ao Programa Farmácia Popular.

1. Mais comum após os 40 anos

O diabetes tipo 2 (DM2) caracteriza-se por uma combinação de mau funcionamento da insulina e uma deficiência na produção deste hormônio pelo organismo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação. Porém, vem crescendo o número de diagnósticos do tipo 2 em indivíduos mais jovens.

2. Há um fator hereditário

Ter familiares com diabetes é um fator de risco para desenvolver a DM2. 

3. Sinais de alerta

Os sintomas clássicos do diabetes são aumento da sede, do volume urinário e perda não explicada de peso, porém nem sempre estão presentes.

4. Excesso de açúcar afeta vasos sanguíneos

O diabetes pode prejudicar a circulação do sangue e o funcionamento dos nervos. Quando não é bem controlado, o diabetes causa excesso de glicose (açúcar) no sangue, a chamada hiperglicemia. A hiperglicemia causa irritação nos vasos sanguíneos, gerando problemas principalmente nos rins, na visão, no coração, no cérebro e na sensibilidade dos pés.

5. Os quatro pilares do tratamento

O tratamento do diabetes envolve alimentação saudável e atividade física, o que chamamos de mudanças de estilo de vida, além da monitorização da glicemia e o autocuidado. Muitos casos de diabetes também necessitam de medicamentos para conseguir atingir o nível normal de glicemia. O uso dos remédios (comprimidos) e da insulina injetável, assim como do aparelho que mede a glicemia por meio de uma gota de sangue na ponta do dedo (glicosímetro), é orientado pelas equipes do PMF e das policlínicas.

6. Corte calorias e faça boas escolhas 

A mudança na alimentação não deve ser feita com base em dietas da moda. O caminho é reduzir a ingestão de calorias, aumentando o consumo de legumes, verduras e fibras em geral, reduzindo a ingestão de frituras e gorduras e evitando açúcar (doces, refrigerantes e sucos adoçados), massas (macarrão, tortas, empadas), farinhas (pão, biscoitos, bolos) e bebidas alcoólicas.

7. Refeições programadas fazem diferença

O diabético deve planejar e controlar suas refeições. Recomenda-se fazer pelo menos cinco refeições ao dia, com horários programados, e não ficar mais de 3 horas sem comer, além de escolher os alimentos adequados e controlar suas quantidades.

8. Praticar exercícios é um santo remédio

A prática de atividade física baixa o nível de açúcar no sangue, diminui a necessidade de insulina e comprimidos, reduz os níveis de gordura no sangue, evita doenças do coração, controla a pressão arterial e o peso, além de aumentar o bem-estar e reduzir o estresse. Os principais exercícios indicados para os diabéticos são: caminhar, correr, nadar, pedalar e dançar. Além disso, recomenda-se a incorporação de atividades físicas espontâneas na rotina, como subir escadas e não utilizar o carro para percorrer pequenas distâncias.

9. Todo cuidado com os pés 

Com o avanço da doença, pode ocorrer a diminuição da sensibilidade dos pés. É comum a sensação de queimação e formigamento, podendo evoluir para a perda completa da sensibilidade. Isso facilita a ocorrência de ferimentos e infecções que podem levar até a perda de dedos e amputação do pé. Por isso, é importante que a pessoa com diabetes olhe ou peça que alguém avalie os pés dela diariamente (principalmente a sola e entre os dedos) em busca de lesões. Se perceber qualquer ferimento ou mancha diferente, o paciente deve procurar a unidade do PMF ou o profissional de saúde que o acompanha. Além disso, é importante ter cuidado ao cortar as unhas, não retirar cutículas nem estourar bolhas, evitar andar descalço e proteger os pés com meias e calçados confortáveis. 

10. Não fume e coloque as vacinas em dia

Outras recomendações aos pacientes diabéticos são fazer uma avaliação oftalmológica uma vez ao ano; manter a carteira de vacinação atualizada; e não fumar. Procure se informar nos módulos do PMF ou nas policlínicas regionais sobre os tratamentos disponíveis no SUS para controle do tabagismo, as vacinas recomendadas e sobre a necessidade de exame de vista.

Consultoria: Brena Tostes, gerente do Núcleo Estratégico de Apoio Técnico da Diretoria de Atenção à Saúde da FeSaúde