O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres em todo o mundo. A doença tem crescido globalmente. Só no Brasil, são esperados 60 mil novos casos por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos números crescentes, a boa notícia é que, quando diagnosticado em fase inicial e tratado de forma adequada, o prognóstico tem sido melhor a cada ano, a cada nova descoberta da ciência.
No Outubro Rosa, mês dedicado à campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, queremos derrubar mitos e fortalecer a nossa crença de que o acesso a informações de qualidade é um grande aliado no combate à doença.
1. Câncer de mama tem cura
Tem, claro! O tumor é vencido em aproximadamente 90% dos casos em que ele é descoberto nos estágios iniciais. O desafio fica mais complicado quando o diagnóstico demora para acontecer – no mundo, 30% dos cânceres de mama são descobertos em estágios avançados, quando as chances de cura são menores.
2. Prevenção: corra e mude o que é possível mudar!
A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis, como ter familiares com a doença ou menstruar pela primeira vez muito precocemente. De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis. Estima-se que, por meio da alimentação saudável e da atividade física, é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
3. Genética não é o único fator de risco
Ter alguém na família que teve ou tem câncer de mama, principalmente se o tumor apareceu antes dos 50 anos, não é o único fator de risco para a doença. Ter 50 anos ou mais, estar obesa, ser sedentária, ter ficado menstruada pela primeira vez em idade precoce, ter entrado tardiamente na menopausa, não ter filhos ou ter dado à luz pela primeira vez após os 30 anos, ser fumante, consumir bebidas alcoólicas com frequência também podem aumentar os riscos de se desenvolver câncer de mama. Sobre a terapia de reposição hormonal (TRH), quando estritamente indicada, deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo mínimo de tempo necessário.
4. Quem tem câncer tem pressa
Quando o tumor é diagnosticado em fase inicial e tratado adequadamente, o prognóstico melhora substancialmente, aumentando as chances de cura. Para isso, é fundamental promover o acesso a informações de qualidade, a médicos especialistas e a exames específicos para que o mapeamento seja feito de forma correta.
5. O câncer de mama não dá sinais na fase inicial
Em estágios iniciais, os tumores são muito pequenos e, na maioria das vezes, não é possível localizá-los somente pelo toque. Sinais como alteração na textura da pele, no mamilo e lesões maiores geralmente aparecem quando o tumor já está em fase mais avançada. Por isso, a realização do exame de mamografia é tão importante para o diagnóstico precoce. Quando é possível notar a presença do nódulo, ele geralmente é indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos.
6. O autoexame não substitui a mamografia
O autoexame é uma forma que a mulher tem de conhecer melhor as suas mamas e identificar alterações, caso existam. No entanto, não é um método isolado e não substitui o exame clínico, feito pelo médico, e a mamografia, pois, em alguns casos, os nódulos podem estar presentes em locais não palpáveis.
7. Mamografia: a idade para começar a fazer
A mamografia é o exame mais indicado para detecção precoce do câncer de mama, pois é capaz de identificar os nódulos quando estão ainda bem pequenos, em fase inicial. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde - assim como a da Organização Mundial da Saúde - é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.
A mamografia e o exame clínico das mamas identificam alterações suspeitas, mas a confirmação de câncer é feita em laboratório, pelo exame histopatológico, que analisa uma pequena parte retirada da lesão (biópsia).
Para as mulheres que possuem um fator de risco maior para a doença, como parentes de primeiro grau (mãe, irmãs e filhas) com diagnóstico da doença principalmente antes dos 50 anos, o recomendado é avaliar com o mastologista a necessidade de realizar o exame antes mesmo da idade preconizada
8. Lei dos 60 Dias é um direito do paciente
Para o tratamento de câncer de mama, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos. A lei nº 12.732, de 2012, estabelece que o paciente com câncer tem o direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS no prazo de até 60 dias a contar da data em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso.
O tratamento do câncer de mama é feito por meio de uma ou várias terapias combinadas. O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença.
9. Nem sempre é preciso retirar toda a mama
Nem toda cirurgia exige a retirada total das mamas. Dependendo do tamanho do tumor, é possível retirar apenas parte da mama e complementar o tratamento com medicação. Mesmo para quem perdeu toda a mama, é possível fazer cirurgia plástica reconstrutora.
10. Homens também podem ter câncer de mama
Apesar de raro, a doença também pode atingir os homens, que representam cerca de 1% dos casos. Geralmente, estão associados a histórico familiar e são diagnosticados mais tardiamente, pelo inesperado do caso.