Ao longo do mês de maio, a Secretaria de Saúde, por meio da Fundação Estatal de Saúde de Niterói, realiza uma série de eventos para marcar a Luta Antimanicomial. Serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e parceiros formaram um Grupo de Trabalho (GT) se engajaram em ações integradas pela cidade para abordar o tema e levantar a bandeira da reforma psiquiátrica. O tema escolhido para este ano foi: LIBERDADE! Tecer Redes Pró-Cuidado na cidade.
“O cuidado em liberdade, o direito à cidade e o direito a ocupar os espaços precisa ser constituído em rede. Foi fundamental poder contar e construir esse GT, que uniu diversos serviços e parceiros na elaboração de um calendário”, observa Kesia Regina, coordenadora regional da Gerência de Atenção Psicossocial.
Outro evento relevante ocorreu no Horto do Fonseca, no dia 15 de maio, onde mais uma iniciativa pela luta antimanicomial foi realizada. O evento contou com diversas atividades, incluindo a expressiva apresentação de dança do grupo "Brabas", que valoriza a expressão corporal e representatividade. Além disso, os participantes se envolveram na oficina "Entrelinhas", que combinou produção textual e afetiva na confecção de cartazes para o ato do dia 18. O encerramento foi marcado pelo animado samba do CAPS AD, que uniu todos os presentes com músicas populares e consagradas. A ação contou com a presença de vários serviços de saúde mental, universidades e pessoas que decidiram se juntar à celebração.
No mesmo contexto, a Praça do Largo da Batalha também se tornou palco de uma ocupação pela luta antimanicomial. Cerca de 60 pessoas passaram pela praça durante a ocupação, no dia 16 de maio, que ofereceu oficinas de confecção de cartazes em prol do cuidado em liberdade e do respeito às pessoas em sofrimento psíquico. Além disso, houve apresentação de passinho e uma "batalha" de TikTok, proporcionando momentos de descontração. Exercícios de equilíbrio no slackline também fizeram parte das atividades, que foram encerradas com um grito coletivo por liberdade e paz.
No mesmo dia, ocorreu o "Ocupa Praça", um encontro mensal que destaca a importância do cuidado territorial, afetivo e comunitário. Dessa vez, a Praça da República foi palco das celebrações da luta antimanicomial, onde pessoas em situação de rua, a comunidade local, serviços de saúde mental, redução de danos, universidades e outros parceiros se uniram para comemorar essa causa. Durante o evento, foram oferecidas atividades de estamparia em camisetas, roda de conversa, pintura, Varal Solidário e slackline. Além disso, foram criados espaços para lanche e para a construção de vínculos e acolhimento.
O ponto alto das celebrações ocorreu ao terminal rodoviário de Niterói, no Centro, em 18 de maio. O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho da RAPS e reuniu diversos parceiros, como CAPS, Ambulatórios de Saúde Mental, SRTs, CCCN, HPJ, UAI, FAN, BEM TV, Economia Solidária, SUTEN e UFF - PDPA. A programação contou com feira de artesanato, apresentações musicais, como o Passinho do CAPSI e UAI, exposição e venda de produtos dos CAPS e Ambulatórios, além de uma inclusiva roda de samba com apresentações de usuários, familiares e profissionais. O evento foi uma demonstração de luta, vida, cuidado e energia, reforçando o compromisso contínuo com a saúde mental e a busca pela liberdade.
"O Dia Nacional da Luta Antimanicomial é fundamental para marcar a garantia de direitos, sobretudo do cuidado do acesso a cidade. Os eventos são fruto de um coletivo que cuida, pensa, ensina e inventa criativamente novas de pautar a vida em liberdade", enfatiza Mírian Ribeiro, gerente de Atenção à Saúde Mental da FeSaúde.
O calendário prevê ainda a realização de mais três datas cheias de atividades em outros pontos da cidade. A partir das 14h, o Quiosque da Maloca, em Charitas, recebe o evento que acontece nesta segunda-feira (22) com roda de conversa, oficinas e atividades musicais.
No dia 25, acontecem duas ações já conhecidas na RAPS. O “Bola na Rede”,
“Queremos tornar esse GT permanente porque entendemos que é fundamental compartilhar com a sociedade como que a gente propõe esse formato de cuidado que é no território, que é em liberdade”, conclui Kesia.