O Centro de Convivência e Cultura (CeCo) Dona Ivone Lara recebeu, na última sexta-feira (12), o Bloco Loucos Pela Vida para a escolha do enredo do Carnaval de 2026. O encontro reuniu usuários e profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em um momento de celebração e construção coletiva, que marcou o início do processo de criação do samba-enredo.

O tema definido foi a junção de duas propostas mais votadas: “O CAPS não é meme: por que minha invisibilidade te incomoda?”. A partir dessa escolha, será lançado o concurso para selecionar o samba-enredo, com participação aberta a toda a RAPS do município e a simpatizantes do movimento.

O evento reforçou a importância da construção coletiva e da valorização das singularidades. Mais do que uma festa, o Loucos pela Vida transforma o Carnaval em palco de resistência e cidadania, mantendo viva uma tradição que dura mais de duas décadas em Niterói.

“O Bloco Loucos pela Vida é reconhecido por levar às ruas de Niterói o debate sobre a luta antimanicomial e o enfrentamento ao estigma que ainda recai sobre pessoas em sofrimento psíquico. Nesse movimento, as pessoas passam a ocupar um outro lugar social: deixam de ser vistas apenas pela saúde mental e passam a ser reconhecidas como artistas, ritmistas, mestres-salas ou porta-bandeiras. Isso promove integração, inclusão e qualidade de vida”, destacou Viviani Costa, supervisora administrativa do Centro de Convivência e Cultura Dona Ivone Lara.


Durante o encontro, os participantes assistiram ao curta-metragem sobre a história do Bloco Loucos Pela Vida. O filme retrata a trajetória do grupo, que teve início no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba e, ao longo de mais de duas décadas, cresceu, ocupando as ruas da cidade. O curta destaca a visibilidade conquistada pelo bloco e reforça seu legado ao mostrar que todas as pessoas podem ser cuidadas e exercer plenamente sua cidadania, independentemente de sua “loucura”.