Não é novidade que hábitos alimentares balanceados são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população. Atualmente, com o grande acesso a produtos industrializados e ricos em condimentos, é ainda mais importante reacender a discussão sobre os valores nutricionais dos alimentos que consumimos.
Dados obtidos por uma pesquisa do Ministério da Saúde demonstram que 24,5% da população brasileira possui hipertensão arterial e cerca de 20,3% possui obesidade. Além dessas duas comorbidades bastante comuns nos brasileiros, o diabetes mellitus também é uma das doenças crônicas mais prevalente no país.
Por ser um país tão grande e diversificado, é normal que o cenário epidemiológico do Brasil seja heterogêneo. Enquanto em algumas regiões brasileiras é possível encontrar altos índices de obesidade e sobrepeso, em outros locais ainda existem doenças relacionadas às carências básicas, como as hipovitaminoses e a desnutrição.
Dessa forma, é muito importante a discussão sobre os hábitos alimentares da população, reforçando para que cada vez mais, eles sejam saudáveis. Nesse contexto, a equipe do FeSaúde entrevistou a nutricionista e especialista em Saúde da Família Sophia Rosa para trazer informações relevantes sobre o assunto e orientar sobre formas de garantir uma alimentação mais nutritiva e equilibrada.
Como ter uma alimentação mais saudável sem extrapolar o orçamento?
É muito comum que as pessoas associem as refeições equilibradas à necessidade de gastar mais dinheiro. Porém, a mudança para hábitos de vida mais saudáveis pode ser feita com pequenas atitudes no dia a dia.
Diante da dificuldade financeira que muitos trabalhadores brasileiros encontram, a nutricionista Sophia Rosa separou algumas dicas que podem ser essenciais para quem deseja ter uma alimentação mais saudável sem extrapolar o orçamento.
Decida onde comprar
O primeiro passo para economizar dinheiro é fazer pesquisa de mercado.
É muito comum que as pessoas sejam influenciadas a comprarem seus alimentos de marcas famosas e em grandes redes de lojas e mercados.
Porém, optar por feiras livres, hortifrutis, mercados menores e pequenos produtores pode ser uma opção mais viável e mais acessível financeiramente. Isso porque, o preço final do produto é diretamente relacionado a quantidade de processos e transportes para que ele, finalmente, chegue até nós.
Segundo Sophia, “encurtando o tempo de atravessamento do alimento até o nosso consumo”, você economiza dinheiro e ainda fortalece o mercado local.
Planeje cardápios semanais
Alguns alimentos, como frutas, verduras e legumes in natura, ou seja, que não passam por processos industriais, podem ter um tempo de conservação menor. Logo, uma estratégia interessante para as pessoas que desejam manter uma alimentação balanceada é pensar em cardápios semanais e comprar os alimentos de acordo com esse planejamento.
Assim, além de evitar o desperdício, é possível se organizar melhor e até mesmo deixar alguns pratos congelados ou pré-preparados para trazer ainda mais praticidade para sua rotina.
Fique atento à época do ano
As estações do ano, bem como as condições climáticas e do solo, influenciam na qualidade e disponibilidade de alguns alimentos, em especial aqueles que são naturais.
Por isso, de acordo com a nutricionista Sophia, uma dica valiosa é priorizar os alimentos que estão mais disponíveis em cada época do ano, pois, normalmente, eles estão com melhor qualidade e com preços mais acessíveis.
Os centros de distribuição de alimentos, como o CEASA, geralmente divulgam as informações relativas às safras de alimentos em cada período.
Alimentos ultraprocessados e o risco à saúde
Os alimentos processados e ultraprocessados são aqueles que passam por processos industriais que adicionam conservantes, condimentos (sal e açúcar) e outras substâncias que desequilibram a composição nutricional desses produtos. Alguns exemplos muito consumidos pela população brasileira são o macarrão instantâneo, refrigerantes, biscoitos recheados e os fast foods.
Por serem alimentos com sabores realçados e uma apresentação mais chamativa, é comum que haja o consumo excessivo desses alimentos no lugar de alimentos in natura ou que sejam pouco processados.
Sophia Rosa alerta que “A base alimentar composta por alimentos ultraprocessados não promove saúde! Pelo contrário, promove doenças crônicas - como a hipertensão, diabetes e obesidade - e condições que agravam a situação de saúde da população e traz ainda mais complicações para a qualidade de vida”.
Por isso, no Dia Mundial da Saúde e Nutrição, reforçar o alerta sobre a necessidade da mudança de hábitos alimentares, com a inserção de mais alimentos naturais e redução do sal, açúcar e alimentos processados, é essencial.
Prezar pelo bem-estar, como ter uma alimentação balanceada e praticar atividade física regularmente, são atitudes fundamentais para ter uma melhor qualidade de vida.
Cuidar da saúde é uma prática diária que demanda esforço e comprometimento de todos nós!