A falta de conhecimento sobre a sífilis faz com que ela se torne uma doença banalizada e desconsiderada pela população. No entanto, trata-se de uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, que pode levar à morte se não tratada a tempo. É especialmente perigosa se a pessoa infectada for uma gestante. Para chamar a atenção para esse agravo, cuja incidência vem aumentando a cada ano no país, instituiu-se o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita no terceiro sábado de outubro (dia 17).  

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. É curável e exclusiva do ser humano, tendo como principal via de transmissão a relação sexual desprotegida. A doença pode ainda ser transmitida para o feto durante a gestação de uma mãe com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente ou ainda no momento do parto e pela amamentação. Também pode ser transmitida por sangue contaminado, agulhas contaminadas.

Os sinais da sífilis variam de acordo com o estágio da doença, que se divide em:

  • Sífilis latente

Não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

  • Sífilis primária

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias, normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços dolorosos) na virilha.

  • Sífilis secundária

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Ocorrem manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

  • Sífilis terciária

Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Os sinais são lesões na pele, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso, é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta. O não tratamento da sífilis pode levar a várias outras doenças e complicações, inclusive à morte.

Tratamento é feito com antibióticos

O tratamento é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença. A terapia precisa ser estendida aos parceiros sexuais. A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar a doença uma vez não promove imunidade.

 O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais (inclusive anais ou orais) é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos seus parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita. 

Sequelas graves para bebês

É a infecção transmitida da mãe para o bebê e pode ocorrer em qualquer fase da gravidez. O risco é maior para as mulheres com sífilis primária ou secundária. A sífilis materna, sem tratamento, pode causar a má-formação do feto, aborto espontâneo e morte fetal. Na maioria das vezes, porém, o bebê nasce aparentemente saudável, e os sintomas aparecem nos primeiros meses de vida: pneumonia, feridas no corpo, alterações nos ossos e no desenvolvimento mental, surdez e cegueira.

Quando uma mulher é diagnosticada com sífilis, é fundamental que o parceiro sexual dela também se previna, faça o teste e, em caso de resultado positivo, inicie o tratamento imediatamente. Só assim é possível evitar uma nova infecção.

O teste rápido de sífilis é gratuito na rede pública de saúde. Por isso, não adie esse cuidado: procure a unidade de saúde o quanto antes e faça o exame.

Consultoria: Sabrina Costa, coordenadora técnica de Enfermagem da FeSaúde