O Dia do Sanitarista (celebrado no dia 2 de janeiro) foi criado a partir do Decreto Legislativo nº 3.987, no qual se instituiu essa profissão no Brasil, em 1920, por meio da regulamentação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). 

Apesar de já ter se passado mais de 100 anos do ocorrido, uma parcela significativa da sociedade ainda desconhece a atuação desses profissionais da saúde e a sua importância deles para o Sistema Único de Saúde (SUS).  

Ana Luísa Pinho, Fisioterapeuta-Sanitarista e gerente na Gerência de Gestão da Informação da Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde), destaca: 

“O sanitarista é um profissional importantíssimo para o SUS. A começar pela sua formação, que traz um olhar ampliado sobre as questões de saúde, não considerando apenas a patologia e a fisiologia de uma doença, mas também todo um conjunto de fatores territoriais e sociais que podem incidir sobre elas”. 

Ela ainda destaca a complexidade na preparação dos sanitaristas, que envolve a abordagem de conceitos da epidemiologia, das ciências sociais, da política e do planejamento, além de evidenciar a variedade de formações desses profissionais, que pode ser através de cursos de pós-graduação e, mais recentemente, através de cursos de graduação. 

Isso possibilita uma ampla compreensão da distribuição de doenças e agravos, apontando caminhos para possíveis intervenções. Além disso, possibilita que esses profissionais atuem em todos os níveis de complexidade de atenção à saúde. 

Em específico na área de Gestão de Informação, em que Ana Luísa Pinho atua, o sanitarista possui um papel diferenciado: 

“Na gestão da informação, o sanitarista tem um papel crucial. Dentre suas atribuições, estão: a organização dos processos e fluxos de informação; o levantamento, o acompanhamento e a análise dos dados de saúde produzidos, incluindo os resultados dos indicadores de desempenho pactuados. Elaboramos informes, boletins e relatórios, tanto para divulgação interna quanto externa”. 

O objetivo dessa atuação é fornecer dados necessários para o monitoramento e avaliação dos serviços, subsidiando a tomada de decisão.  

A fisioterapeuta-sanitarista ainda destaca que “todo esse trabalho se dá de forma articulada com os demais setores da FeSaúde, principalmente com a Diretoria de Atenção à Saúde, confirmando o papel interdisciplinar do Sanitarista”. 

O papel do sanitarista frente a COVID-19 

A amplitude da atuação dos sanitaristas na rede de saúde também envolve emergências em saúde pública, como ocorreu durante a pandemia da COVID-19. Nessa crítica situação, o papel dos sanitaristas foi essencial na resolutividade das questões relacionadas à pandemia. 

“Considerando as urgências e emergências em saúde pública, como o que vivemos e estamos vivendo com a pandemia da COVID-19, o Sanitarista apresenta-se como um profissional que pode contribuir nas mais diversas ações, desde a vigilância epidemiológica, as ações de prevenção e educação em saúde, até no controle dos agravos, principalmente por ser um profissional que apresenta em sua formação uma visão ampliada dos problemas de saúde, tensionando para que as medidas em saúde não fiquem descoladas da análise do contexto socioeconômico”, Ana Luísa Pinho, ressalta. 

 

Fonte: Freepik 

Vaga para sanitarista no concurso da FeSaúde 

O concurso da FeSaúde conta com vagas para sanitarista para atuar diretamente no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Ana Luísa Pinho ressalta que: 

“Nesta área, o Sanitarista pode apoiar a produção de informações e dos indicadores de saúde junto à equipe multiprofissional; acompanhar e planejar ações em saúde junto aos profissionais de vigilância da rede de atenção; apoiar na abordagem dos agravos e situações específicas, como surtos e emergências de saúde pública; desenvolver ações de mobilização comunitária; além de poder realizar atividades de preceptoria junto aos alunos de estágio e residência”. 

A fisioterapeuta-sanitarista ainda finaliza destacando que é extremamente importante a participação do Sanitarista junto às equipes de saúde: "este papel traz grandes potencialidades para a organização dos serviços, além de contribuir na resolutividade das ações e no planejamento em saúde”.