A campanha nacional de vacinação contra a Pólio encerra nesta sexta-feira (28), mas a última semana foi marcada por uma ação especial promovida pela Prefeitura de Niterói. A Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a FeSaúde, está visitando os territórios em busca das crianças que ainda não foram vacinadas.

“É fundamental que as nossas crianças completem o esquema vacinal para ficarem protegidas contra a doença que foi erradicada do Brasil nos anos 90. O SUS tem vacina gratuita”, observa Gustavo Felinto, coordenador regional do Programa Médico de Família.

A Poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode estar presente no intestino, chamado Poliovírus. Além de não ter cura, essa condição está associada a importantes sequelas, como o comprometimento das funções motoras devido à infecção da medula e do cérebro pelo vírus.

O esquema vacinal básico consiste em três doses da vacina injetável - VIP aos 2, 4 e 6 meses de vida e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha), mas é possível que a criança tome doses de reforço nas campanhas de vacinação.

Graças às numerosas campanhas de vacinação contra o Poliovírus promovidas ao longo dos anos, essa é uma das doenças que foram erradicadas no país.

Entretanto, com a baixa adesão ao Programa Nacional de Imunização (PNI) nos últimos anos, e consequente redução da cobertura vacinal, as diversas esferas da saúde pública têm estado alertas com a possibilidade de volta da doença.

“Em razão dos recentes desempenhos anuais relacionados à cobertura da vacina, o Brasil foi classificado, pelo Ministério da Saúde, como um país com risco de reintrodução do Poliovírus”, pontua Felinto.

Ainda segundo o coordenador, considerando que o Brasil é um país de grande circulação comercial e de turismo, o aparecimento de casos de poliomielite em outros países faz com que haja, de fato, uma preocupação pertinente sobre esse risco no território brasileiro. 

A campanha de vacinação contra a Poliomielite se iniciou em agosto e, devido à baixa adesão da população e da baixa cobertura vacinal, ela tem se estendido e permanecerá até a próxima sexta-feira (28). Assim, é importante que, aqueles que ainda não se vacinaram, procurem uma unidade de saúde para receber a dose da vacina nesta última semana de campanha.

A oferta da vacina está disponível na maioria das unidades de Atenção Primária à Saúde, como as Unidades Básicas de Saúde, as Policlínicas e os módulos do PMF (Programa Médicos de Família). 


O esquema vacinal deve ser:

- 1ª dose: aos 2 meses através de injeção (VIP)

- 2ª dose: aos 4 meses através de injeção (VIP)

- 3ª dose: aos 6 meses através da injeção (VIP)

- 1º reforço: 15 meses (1 ano e 3 meses) por meio da vacina oral (VOP)

- 2º reforço: menores de 4 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), por meio da vacina oral (VOP)

A dose extra da vacina é destinada a crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias que já completaram o esquema completo da vacina de rotina, aos 2, 4 e 6 meses de idade. 

“Durante a busca ativa, nos casos de crianças que forem encontradas no território ainda sem a cobertura da vacina, as equipes de saúde atuarão conversando e orientando a família e os cuidadores em relação à importância da vacina e de manter o Brasil livre da poliomielite”, reforça Gustavo.

A diretora-geral da FeSaúde, Anamaria Schneider, destaca a eficácia e segurança das vacinas disponíveis no SUS:

“É importante enfatizar que esta é uma vacina como as demais e que apesar da desconfiança da qualidade e eficácia, a verdade é que as vacinas hoje possuem décadas de desenvolvimento tecnológico em cima da formulação e produção de imunizantes”.

Caso seu filho ou sua filha, com idade do público-alvo da campanha, ainda não tenha recebido a vacina, procure a unidade mais próxima de você.